CÂNTICO DE EXALTAÇÃO AO EGO

“E criou Deus o homem à sua imagem…” Gênesis 1.27

Com esta descrição, Moisés entoou um hino de louvor à criação e  um cântico de exaltação ao ego.

Uma leitura minimamente isenta do texto bíblico, leva ao entendimento que o egoísmo, predominante nos agrupamentos humanos, tem ali sua origem.   

Com efeito, é lógico e de fácil compreensão racional que se Deus criou o homem à sua imagem, o homem tem a imagem de Deus. Nada mais envaidecedor do que considerar-se um semi-deus, pelo menos na aparência, e induzir ao erro milenar de se considerar um modelo de perfeição. Afinal, Deus não produz imperfeições, pelo menos na concepção da divindade ajustada ao nível intelectual predominante nos tempos de Moisés.

Também decorre do texto bíblico o entendimento de um Deus único, pondo fim à criação de divindades pelo homem associadas a fenômenos da natureza, característica marcante do politeísmo mitológico.

Mas a narrativa de Moisés, altamente inovadora e impulsionadora do avanço e progresso da humanidade, está longe de oferecer o conhecimento de um Deus universalista, mesmo se considerarmos que o universo é apenas o Planeta Terra e as múltiplas civilizações que o habitam.

Assim é que o Deus descrito por Moisés é o Deus de Israel, mas o Deus da Civilização Indiana tem outro nome e outras características, tanto físicas como morais e é descrito de modo a contemplar a mentalidade predominante e nível intelectual dos povos dessa parte do universo.

São muito numerosos os exemplos que ilustram este entendimento, mas estes dois são suficientes para o propósito desta abordagem.

Mais grave do que esse politeísmo moderno, é o fato de cada civilização considerar o seu Deus como o único verdadeiro e se atribuir o direito de impor, até pela força,  a sua verdade às demais civilizações; o que tem causado sangrentas guerras e grande sofrimento a vítimas inocentes das mesmas.

É de se perguntar: Até quando permaneceremos neste estágio primitivo e selvagem de nos considerarmos um modelo de perfeição divina, até com a arrogância de negar existência de vida noutros corpos planetários se essa vida não for semelhante à do nosso minúsculo e inexpressivo Planeta Terra???!!!